segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Delegado mata mulher juíza e comete suicídio em área nobre de São Paulo

O casal Claudia Zerati, 46, e Cristian Sant'Ana Lanfredi, 42

 
SÃO PAULO — Um delegado da Polícia Civil matou sua mulher, uma juíza da Justiça do Trabalho, e depois se suicidou no início da manhã deste domingo em São Paulo. As mortes aconteceram por volta das 6h no apartamento do casal, em um prédio de alto padrão de Perdizes, na Zona Oeste da capital paulista. Antes do crime, o delegado deixou a filha do casal na casa do padrinho dela, no mesmo prédio. A polícia ainda trabalha para descobrir a motivação do crime.

 O delegado Cristian Sant'ana Lanfredi, de 42 anos, estava afastado do trabalho de delegado por problemas de saúde, de acordo com o que familiares contaram à polícia. Ele vinha trabalhando na Assembleia Legislativa, embora não tenha sido relatado aos investigadores que cargo ele exercia. Vizinhos afirmaram que Lanfredi havia se jogado da janela do quarto andar do prédio onde morava no início do ano.
 
Após o incidente, Lanfredi vinha tomando remédios, o que teria motivado uma briga com a mulher, a juíza Claudia Zerati, de 46 anos, segundo o relato da filha deles, uma menina de seis anos. A principal testemunha do crime é o padrinho da menina, Luiz Otávio Pinho de Freitas. No sábado, ele recebeu a visita de Cristian e Claudia para cumprimentá-lo pelo seu aniversário antes de irem a uma festa.
Por volta das 4h30, Lanfredi voltou ao apartamento de Luiz, que fica no mesmo prédio onde ele morava. Segundo o depoimento do padrinho, Lanfredi lhe disse que havia brigado com Claudia e que ela saiu de casa. Por isso, pediu para Luiz cuidar da menina de seis anos, enquanto ele resolvia a briga com a mulher. Luiz disse que estranhou a história e, após ouvir a menina dizer que os pais haviam brigado porque o delegado não queria tomar seus remédios, foi até a garagem ver se encontrava os carros da família.

Os dois automóveis estavam em suas vagas, o que indicava que nem Claudia nem Lanfredi haviam saído. Luiz foi, então, até o apartamento do casal acompanhado pelo porteiro do condomínio. A porta estava destrancada. No quarto, encontraram os dois corpos. Claudia levou um tiro na nuca; Cristian, um disparo na têmpora direita. A arma, um revólver calibre 38, estava caída no peito dele.
Para os peritos, não ficou claro ainda se a juíza estava dormindo ou acordada na hora da morte. Até o momento, a polícia não descobriu em nome de quem está registrado o revólver. Os investigadores também apreenderam os celulares do casal para tentar encontrar alguma pista que revele a motivação de Cristian para cometer o homicídio e o suicídio.
O Fórum de Franco da Rocha, onde Claudia trabalhava, divulgou nota de pesar e anunciou a suspensão do expediente nesta segunda-feira.

O Globo

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